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O que é?

A Trombose Venosa Profunda é a obstrução da circulação por um trombo ou coágulo que se forma dentro da veia por um trauma, falta de mobilidade ou algum problema na nossa saúde, sendo muitas vezes o primeiro sintoma de uma doença ainda não diagnosticada.

Quais os sintomas?

A trombose pode acontecer em qualquer veia do corpo, porém, é mais comum nos membros inferiores. Nessa localização, o paciente costuma apresentar dor, sensação de peso e inchaço na perna afetada, principalmente na panturrilha, pela maior dificuldade do sangue de voltar ao coração. Apesar do incômodo gerado na perna, a maior preocupação do vascular é uma complicação que ocorre em até 20% dos casos de trombose causada pelo desprendimento de um fragmento do trombo que pode migrar para os pulmões, causando a Embolia Pulmonar, que dependendo da extensão pode ser grave e potencialmente fatal.

 

Quais as causas?

A Trombose Venosa Profunda acontece principalmente  em três situações (Tríade de Virchow): estase venosa, aumento da viscosidade do sangue, ou trauma da parede venosa. Estas três situações, levam a um desequilíbrio do sistema hemático, provocando a coagulação do sangue.

Estase Venosa: longos períodos com os membros abaixados, imobilizações prolongadas, obesidade e idade avançada são alguns dos fatores que interferem no fluxo sanguíneo, tornando-o mais lento e predispondo a trombose. Estas situações podem ocorrem em uma viagem longa de avião ou carro, internações longas com pouca mobilização dos membros inferiores ou mesmo em caso de imobilizações por fraturas ou cirurgias.

Alteração da Viscosidade Sanguínea: qualquer processo que torne o sangue mais viscoso, facilitando a formação de coágulos, como uma desidratação, exercícios muito intensos e prolongados sem hidratação adequada, uso de hormônios e anticoncepcionais, gestação, ou mesmo doenças que alterem a viscosidade por outros mecanismos, como as neoplasias ou quimioterapias. Algumas vezes a TVP é o primeiro sinal de um câncer. A predisposição genética (trombofilia), que provoca um desequilíbrio dos fatores estimuladores e inibidores da coagulação, é um fator importante que deve ser considerado quando há mais de um caso na mesma família.

Traumas Vasculares: neste caso a lesão do endotélio (parede interna da veia) leva a formação do trombo por aumento de fatores pró-coagulantes ou obstrução direta. Os traumas podem ser causados por fraturas, ferimentos por arma branca ou de fogo, acidentes (desaceleração) ou por cirurgias.

Todos estes fatores podem ocorrer isoladamente ou conjuntamente. Quando há mais de um fator envolvido devemos ficar mais atentos.

Como diagnosticar?

O diagnóstico começa uma suspeita clínica e uma avaliação física do membro com sintomas. Geralmente há o aparecimento de dor e edema em apenas um membro, que se torna mais pesado e empastado. Como estes sintomas podem ser discretos, sempre que há uma suspeita, deve-se fazer um exame de imagem para confirmação diagnóstica. O principal exame é o Doppler Venoso do membro, fácil de ser realizado, sem a necessidade de contraste e com alta eficiência no diagnóstico da trombose. Exames de sangue como o Dímero D também se alteram com a trombose, mas como podem estar elevados por outros motivos (alta sensibilidade), usamos este exame mais para descartar a trombose (no caso de Dímero D normal).

Quando tratar?

Sempre que se suspeitar de uma Trombose deve-se iniciar o tratamento imediatamente. Isto ocorre devido ao risco de uma embolia pulmonar ser muito maior que o risco do tratamento, que deve ser mantido caso haja confirmação da trombose.

O tratamento é feito com medicações anticoagulantes, que impedem a progressão da trombose e a embolização para outros locais. Existem vários tipos de anticoagulantes, desde os injetáveis como a Heparina, subcutâneos como Heparina de baixo peso molecular (Clexane) e medicações via oral. Cada uma delas age em um ponto da cascata de formação do coágulo, regulando e impedindo a progressão da doença.

Entre os anticoagulantes orais, existe uma nova classe, com menos interação com outras drogas e alimentos, que tem ganhado mais evidência por simplificar o uso, com eficiência e menos risco para os pacientes.

Tratamentos cirúrgicos, como trombólise ou trombectomia, são exceções para casos mais complexos e devem ser indicados somente com a avaliação e acompanhamento de um especialista. Quando necessários, deve-se abordar a causa da trombose no mesmo momento, geralmente através de cirurgias endovasculares, como acontece na Síndrome de Cockett.

Como prevenir?

A melhor maneira de evitar a Trombose Venosa Profunda é tratar e prevenir os fatores de risco.

  • Controle da obesidade
  • Praticar atividade física regularmente
  • Hidratação frequente
  • Uso de meias elásticas quando indicado
  • Deambulação precoce após procedimentos cirúrgicos
  • Evitar o tabagismo
  • Usar prevenção medicamentosa em situações de risco
  • Fazer uma avaliação com um vascular para avaliar os riscos de TVP

Quais as principais complicações?

Sem dúvida a complicação mais temida é a embolia pulmonar, pela sua gravidade e risco de vida. Ocorre em aproximadamente 20% das tromboses nos membros inferiores e deve sempre ser pesquisada e tratada imediatamente após sua suspeita clínica.

A Síndrome Pós Trombótica, e uma complicação que acomete principalmente pacientes que tiveram trombose em veias mais proximais (maiores) sem uma completa reabsorção do trombo ao longo do tempo. Esta deficiência da drenagem venosa, leva a uma sobrecarga do sistema venoso que pode gerar edema crônico, dor e peso nos membros inferiores, alteração e fibrose do subcutâneo (dermatofibrose) com pigmentação da pele (dermatite ocre) e aparecimento de úlceras venosas por hipertensão venosa nos membros. Estas feridas são de difícil cicatrização e costumam ser reincidentes.